Nada é mais gentil do que uma bruxa irada
que perdeu a vassoura num liça de magia
Sem transporte
a barregã é mais acessível
Salvo a fradesca que olha o umbigo no baú
Carreira depois
na dádiva da amabilidade
A bruxa que era feia; e de má conferência
pôs uma meia
que lhe alinda a perna fina
Calçou uma lambreta com um lenço na nuca
Nada é mais sensual
que uma bruxa caduca
que rola a mecânica na procura do efebo
um poema no bolso
para assoar um só nariz
e uma malha de meia caída
como referência
É de vê-la agora estacionada no adro da igreja
com uma perna no guiador e outra no pedal
Até um padre dele
reza o acólito
ao vê-la assim
Mostrar a magia
que pensava bruxaria
Montefrio
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